O Amor: uma virtude necessária e grandiosa
O ser humano, em sua própria natureza é dotado de qualidades e certas aptidões que o levam a praticar o bem, a ser justo, honesto e bom – consigo mesmo – e com as outras pessoas. A estas e outras características denominamos virtudes. Nesse sentido então, a pessoa que possui esses adjetivos ou esforça-se para alcança-los pode ser considerada virtuosa. Buscar ser virtuoso consiste basicamente em buscar o bem comum, a justiça, aquilo que é reto e correto.
Muitas vezes temos a ligeira tendência humana de errar, ou mesmo fazer com que outros errem. As virtudes são esse caminho seguro de superação e prevenção de todas as coisas que podem ofender a nossa dignidade e das outras pessoas que conosco convivem. Buscar o bem é uma tendência natural nossa, porém em contrapartida a esta aptidão também temos nossos desejos egoístas, que nos afastam de nossos ideais comuns e excluem as pessoas, esses são os chamados vícios. Esses aprisionam a pessoa e a torna escrava de si mesmo, de seu egoísmo e de tudo o que a afasta do outro. A virtude deve ser buscada a cada dia, isto é, aperfeiçoada. Não devemos nunca nos contentar com o que temos e somos. Em nossas disposições somos sempre capazes de nos tornamos melhores.
Para o filósofo grego Platão, o ser humano só será virtuoso de fato, se possuir quatro elementos essenciais: Sabedoria, Justiça, Fortaleza, Temperança. A Sabedoria é o que levará a pessoa a reconhecer sua incessante busca pela verdade. Só é sábio de verdade aquele que reconhece sua ignorância perante as coisas do mundo. A humildade deve caminhar com a sabedoria, pois quanto mais humildade (assim como Platão) eu for a ponto de me reconhecer ignorante com relação à sabedoria, mais sábio eu serei, pois estarei reconhecendo que sempre tenho algo a aprender, há sempre algo novo a ser aprendido. A justiça deve ser entendida como uma vontade contínua de ser firme e fiel cumpridor das leis; o de dar a cada pessoa o que lhe é devido, perante a lei e as pessoas. A Fortaleza está relacionada à constante perseverança nas fraquezas e o firme propósito de buscar sempre o bem. A Temperança é a virtude necessária para que domemos nossos instintos e vontades, ou seja, o que vai nos ajudar a termos o necessário e fazermos o que é devido.
Acima de toda Virtude devemos lembrar sempre do amor, que é o que de mais puro pode haver nas pessoas. Quem é virtuoso deve amar, e só conseguiremos amar se formos virtuosos. Ter amor é oferecer aos outros Sabedoria, Justiça, Fortaleza e Temperança. É ser presença amiga, abraço que conforta e carinho que acalenta. Enfim, a virtude está intimamente ligada ao amor, e este estreitamente relacionado a todas as coisas. Alguém sabiamente afirma que “sem o amor nada podemos fazer” e é esse mesmo amor que move nossos corações rumo a essa busca incessante e calorosa pelas virtudes que nos ajudam a sermos melhores, para melhor ajudarmos aos outros e a nós mesmos!
Luiz Fernando Miguel – Arquidiocese de Aparecida