“Ingredientes” para uma vida feliz: Compreensão!
Em nossas vidas somos interpelados a todo o momento a irmos ao encontro do outro. Nenhum ser humano é uma ilha. Ou seja, ninguém nasceu para viver e ficar sozinho; somos seres de relação por natureza. Por esses e outros motivos estamos sujeitos em todo o tempo a nos depararmos com as diferenças, aquilo que, às vezes sobra no outro e pode estar faltando em mim, ou vice-versa; seja isto um sentimento, uma característica, uma ação. Isso não deve nos levar a querer ser igual aos outros. Somos iguais sim, tratando-se de dignidade, de direitos (mesmo às vezes parecendo que não) e tantas outras coisas que nos levam a entender que todas as pessoas são iguais. Somos diferentes no que toca às nossas peculiaridades e subjetividade. Cada pessoa é especial. É um oceano de descobertas, novidades, maravilhas, mas também coisas que não podem ajudar tanto assim no relacionamento com os outros. Portanto o sentimento essencial que deve brotar em nós, além do que já falamos sobre “Saber perdoar e saber amar” é SABER COMPREENDER! Ou seja, ver que o outro não é igual a mim e que nas nossas diferenças nós podemos crescer, ser mais, ser melhores e assim lutarmos juntos por um mundo melhor. Saber compreender é aceitar o “si” que brota no outro; apesar de parecer um pouco confuso é isso mesmo. É aceitar o “eu” no outro, é aceitar que um dia eu também poderei fazer algo assim não tão bom e que o outro possa não gostar. Assim, compreensão é, antes de tudo, uma reciprocidade. Não basta compreender somente por “dó” ou “pena”, mas sim partir de um sentimento que o outro merece meu respeito e minha compreensão, para que assim nossa relação seja bem vivenciada, bem experimentada e dela possam brotar frutos para todos os que nos rodeiam. Compreender o outro é compreender a si mesmo. É lembrar que ninguém é perfeito. Somos seres imperfeitos à procura de algo melhor, à procura daquilo que nos completará nos levará a sermos melhores. Não existe ser humano que já esteja “acabado”, estamos todos em construção, em desenvolvimento, amadurecimento. Para amadurecer é necessário passar por dificuldades, crises, medos e assim por diante; como diz Exupéry: “É necessário enfrentar uma ou duas lagartas se quisermos conhecer as borboletas”. Assim, em nosso processo de compreensão dos nossos limites e dos outros vamos vencendo nossas “lagartas”, superando nossas crises, vencendo nossos medos e aprendendo que nossos erros não são meios de nos levar “pra baixo”, mas sim momentos de revisão e de ver o que nos faz bem e o que pode nos tornar melhores em todas as experiências que vivenciamos. Que saibamos compreender os outros e enxergar que ninguém é perfeito, todos estão sujeitos a errar. Assim vamos vivendo melhor, amando mais e, consequentemente, perdoando mais. É um processo! É um desafio. E desafios foram feitos para serem superados… Abraços amigos…
Luiz Fernando Miguel
Publicado originalmente na Coluna “Vida” – dinoite.com.br, no mês de abril de 2012!