21Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22 Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. 23 Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24 “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. 25 Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!” 26 Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27 E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” 28 E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.
Reflexão: Queridos irmãos e irmãs, neste quarto domingo do Tempo Comum, caminhando com Jesus, nos deparamos com uma cena interessante e instigante, que nos leva a repensar nossa relação com o outro e com a comunidade. Primeiramente é interessante notar que Jesus entra na Sinagoga de Cafarnaum “num dia de sábado”, o dia sagrado e “maior” para a religião judaica. O Sábado, também conhecido como Shabbat, é o dia sagrado observado pelos judeus, marcando o sétimo dia da semana dentro da tradição religiosa judaica. Este dia é dedicado completamente ao descanso espiritual e físico. O Shabat tem início ao pôr do sol na sexta-feira e se encerra ao anoitecer do sábado.
Até aqui, nada de novo, não é mesmo?! Porém, ao iniciar seu ensinamento na sinagoga, percebe-se também a presença de um homem que estava possuído por um espírito mau, que não perde a oportunidade de colocar Jesus à prova. Tal ato é observado na frase: “Que queres de nós?” Muitas vezes nós também usamos esta frase, simbolizando nosso desconhecimento daquilo que Deus quer para nossas vidas e caracterizando uma falta de contato com a Palavra do Senhor, pois se questionamos desta forma é sinal que estamos desconectados de Sua vontade.
Voltando ao homem que estava possuído… O mesmo já afirma em sequência saber quem é Jesus, ou seja, “o Santo de Deus”. Tal afirmação deveria nos dar vergonha, pois em alguns momentos de nossas vidas, não somos capazes de fazer tal reconhecimento. O demônio reconhece Jesus como o Santo de Deus e nós o devemos fazer em todos os momentos, mais com a vida do que com palavras, dando mais testemunho e sendo menos repetidores de regras. Ao fazer com que o espírito saísse deste homem, Jesus mostra aos que estavam presentes uma grande Verdade: Ele dava ordens também aos espíritos maus. Em outro momento do Evangelho, o vemos também ordenando que as tempestades cessassem e o mar se acalmasse. O que faltava então para todas estas pessoas o reconhecerem totalmente como Filho de Deus? Talvez, a coragem de abandonar os projetos pessoais mesquinhos e interesseiros, como os Fariseus e Mestres da Lei que carregavam consigo tais desejos.
Além de toda essa trama espiritual e de caráter exorcista, o Evangelho deste domingo também nos mostra que a pessoa humana deve estar acima de toda e qualquer lei. Se uma pessoa precisa de cuidado, a lei não pode se sobrepor a ela. Se um ser humano necessita ser ajudado, precisamos sair de nossas “cadeias pessoais” ou mesmo das “cadeias impostas” ideologicamente ou pela via legal. O ser humano deve sempre estar em primeiro lugar.
Que nossas vidas sejam sempre pautadas por este ideal: fazer a vontade de Deus, cuidar do outro, combater o mal e vivenciar a Palavra de Jesus, ouvindo Sua Palavra e a colocando em prática nas nossas vidas. Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado!
Oração: Deus eterno e todo-poderoso, Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de coração sincero e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. AMÉM!
Luiz Fernando Miguel
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